Criadores de conteúdo nos Estados Unidos agora têm a possibilidade de receber seus ganhos do YouTube em criptomoedas, especificamente em PYUSD, a stablecoin emitida pelo PayPal. Essa nova forma de pagamento já está disponível para usuários americanos, conforme confirmado por May Zabaneh, líder da área de cripto no PayPal, em entrevista à Fortune.

O recurso surgiu após o PayPal incluir o PYUSD como opção de pagamento no terceiro trimestre, e o YouTube decidiu estender essa alternativa à sua base de criadores. A iniciativa reflete o avanço das stablecoins como infraestrutura financeira, oferecendo liquidações mais rápidas e reduzindo barreiras em transações internacionais.

Segundo Jakob Kronbichler, CEO e cofundador da Clearpool, grandes empresas de tecnologia só adotam novos métodos de pagamento quando eles estão suficientemente maduros e funcionam com baixa fricção. Ele destacou que, com a infraestrutura do PayPal, tanto plataformas quanto criadores podem aproveitar os benefícios da liquidação on-chain sem enfrentar novos problemas de custódia ou conformidade.

Vedang Vatsa, fundador da comunidade Hashtag Web3, observou que o YouTube está transferindo a complexidade para o PayPal, enquanto os criadores ganham mais liberdade de escolha. Para ele, esse é um passo inicial que pode servir de modelo para outras empresas que avaliam o uso de stablecoins.

O movimento acontece em um contexto regulatório favorável: em julho, o presidente Donald Trump sancionou a Lei GENIUS, considerada um marco para a adoção institucional das stablecoins. Rohan Kohli, diretor de risco e conformidade da Bastion, afirmou que essa clareza regulatória cria a base para um sistema financeiro sólido e impulsiona confiança e competitividade nos EUA.

Expansão do PYUSD

Lançado em agosto de 2023, o PYUSD já acumula uma capitalização de mercado superior a US$ 3 bilhões, segundo dados do CoinGecko. Em fevereiro, o PayPal anunciou planos para integrar a stablecoin ao seu serviço de pagamento de contas para comerciantes e à plataforma Hyperwallet, voltada para pagamentos em massa.

Em setembro, o ativo foi expandido para nove novas blockchains por meio do protocolo de interoperabilidade da LayerZero, alcançando redes como Aptos, Avalanche e Tron, ampliando ainda mais sua presença no ecossistema cripto.